“Entrega-te a ti mesmo e sinta o Divino que nos habita.”
So Ham, Dan …
Acalma-te! Eu sou o barulho da relva roçada quando é tocada pelos teus pés.
Eu sou a bela neblina das manhãs de Outono, o gosto do café na tua boca e o vento refrescante do Verão.
Sou o perfume dos eucaliptos e o balançar dos pinheiros que te fascinam incansavelmente pelo ano inteiro.
Sou a raiz do carvalho que recebeu o nome de Dandine, a dança dos sobreiros, o estalo das pinhas, as azeitonas das oliveiras e as amoras silvestres.
Sou a mexerica gostosa do quintal, o pêssego cheiroso e saboroso e as belas flores do jardim.
So Ham,
Eu sou o sorriso terno de quem doa, que mesmo com as mãos calejadas e o cansaço da lida, gentilmente oferecem tomates, batatas, cebolas, couves e amor.
Eu sou o olhar manso e cativante da idosa na estrada que sem querer nada, partilhou contigo a vida e os frutos da casa.
Eu sou a segurança dos olhos dela, a bondade daquele sorriso e a pureza de todos os corações. Sou a chuva mansa no telhado, o céu cinza e carregado e o cheiro que inebria os teus sentidos quando o chão por mim foi molhado.
Sou as doces lembranças que este aroma traz, sou a tua alma quando sentes paz.
So Ham,
Eu sou o pó da terra seca e os aguaceiros formados com o excesso de chuva fazendo “ploft”, “ploft”. Sou a relva orvalhada das manhãs, o doce perfume nos fins de tarde, as montanhas e o fumo das lareiras.
Sou o crocitar dos corvos, o piar das corujas, o cantar dos pequenos passarinhos, a raposinha apressada e o grilo no pé de limão.
Eu sou o sol que nasce atrás dos cata-ventos no outono e nas outras estações começa em outra direção, sou a lua cheia que de tão bela prende-te na varanda para apreciar os meus encantos como adolescente apaixonada e sem “noção.” 🙂
Eu sou o tudo e o nada!
Sou o silêncio que buscas quando corres pra mata, o teu respirar aliviado e o teu sentir amada. Sou a inspiração, o talento das tuas mãos e o vazio da mente cansada.
Eu não estou em nenhum templo, estou aqui, em ti! Sou o Divino que te habita, sou a voz do teu interior que mansamente diz-te, “acalma-te, So Ham, Dan.”
Gratidão eterna… Ommmmmm /o\
Com amor,
Dan Dronacharya