“Entre a Fluidez e a Tradição

Uma reflexão sobre o amor e suas relações na sociedade atual

Hello my dear Readers and beloved haters,

Eu não sei se é por influência do livro de John Woodroffe (Arthur Avalon) que estou a ler ou, se porque agora estou imersa no maravilhoso mundo do Tantra. O que posso afirmar é que esses livros têm despertado em mim um olhar mais apurado para as coisas e suas essências, eu estou totalmente apaixonada (risos).

Com isso, tenho dedicado bastante tempo à observação do amor entre as pessoas e à fluidez de suas relações, também é verdade que quanto mais eu observo, mais intrigada fico. Intriga-me tanto o sofrer por amor. Acho que isso é desonroso, portanto não poderia ser amor, pode ser paixão, gostar ou qualquer outra coisa, mas se dói, se enrijece ou entristece, não pode ser amor, mas esse é só o meu jeito de ver o amor.

Entretanto, o tempo passa e aquilo que era certo ontem, hoje já não é. Tudo é muito volátil e fugaz nas relações atuais, situação que coloca os românticos em uma posição muito desagradável, pois, estes ainda acreditam naqueles contos de fadas, onde o par perfeito sempre aparecerá para realizar seus desejos mais íntimos. Às vezes, por isso, achamos que amamos, embora eu ainda penso que o amor vai um pouquinho além disso.

O que esses contos também não contam é que amar o outro não tem nada a ver com a satisfação dos próprios desejos, essa é mais uma das muitas crenças que nos impede de amar com responsabilidade e livremente

Mas, o que é uma relação de amor? Seria uma daquelas loucuras de amor às escondidas numa garagem suja, que deixa a si abalada dos pés a cabeça ou a estabilidade de um casamento? Talvez não seja nenhuma das alternativas ou todas. Vale a reflexão!

Muitos pensam que a volatilidade das relações de hoje deixam aquela sensação de um beijo que não foi dado, de um momento não vivido e aquela vontade de ter feito algo a mais. E como não perceber essa fluidez, esse romper repentino dos amores modernos, ou seriam relações modernas? Enfim!

A intenção aqui é tentar entender essa fluidez. Ultimamente tenho pensado que esse entendimento pode ser o que tantos chamam de amor. Sinceramente, eu não sei!

O que sei é que o lance da atualidade, é não possuir e não se deixar possuir. Os amores contemporâneos são voláteis e vulneráveis, nada é certo, não existe apego e nem compromisso. Existem os momentos e a felicidade de partilhá-los.

Por outro lado, as relações ditas “tradicionais”, com o intuito de manter a ordem e os bons costumes da sociedade, acabam por aprisionar o amor em um quadrado de restrições e obrigações. É comum que as pessoas se casem para evitar a solidão e ter alguém para cuidar delas, ou ainda para mostrar aos pais que cresceram e se tornaram independentes, muitos são os motivos que nos levam ao altar mas parece que raras as vezes são por amor.

Isso faz com que muitas dessas uniões se tornam superficiais, com os parceiros dividindo apenas uma casa e não suas vidas. Em alguns casos, é possível perceber que, em passeios ou eventos sociais, cada um segue para um lado, ou ainda que fiquem próximos, ambos ficam imersos em seus próprios celulares, cada qual no seu mundo.

Além disso, existe uma cobrança extrema por fidelidade, por cumprir aquilo que outrora jurou para um celebrante, isso muitas vezes não é correspondido. A balança dos relacionamentos está sempre “desbalanceada”, ajustada para os interesses de um dos lados. Isso acaba gerando uma insatisfação constante e uma sensação de prisão e infelicidade.

Portanto, é preciso repensar os conceitos de amor e os relacionamento que nos foram impostos pela sociedade. É necessário entender que o amor não é uma prisão, mas sim uma escolha livre e consciente de estar com alguém que amamos.

Relacionamentos saudáveis são baseados em respeito, liberdade, compreensão e, principalmente, em uma vontade mútua de ficar juntos.

Quando nos libertamos dessas amarras e vivemos de acordo com nossos desejos e necessidades verdadeiras, somos capazes de encontrar a felicidade e o amor onde quer que estejamos.

Contudo, acredito que o amor seja um verbo que se conjuga consigo mesmo, pois não é apenas um sentimento, mas uma ação diária que deve ser praticada, apreciada e aprimorada. É preciso estar disposto a cuidar, respeitar, compreender e se comprometer com a pessoa amada para construir uma relação saudável e feliz.

Nesse sentido, as relações mais positivas são aquelas em que os parceiros se dedicam mutuamente a fazer o outro feliz, a relação é parecida com uma via de mão dupla onde se dá e se recebe, sem cobranças excessivas ou expectativas irreais.

Portanto, amor não se encaixa em um padrão pré-estabelecido, ele é único e se reconstrói a cada dia, com respeito e dedicação mútua. Deve ser vivido e experimentado livremente, com autenticidade e entrega sincera.

Com amor e gratidão

Dan Dronacharya

Sobre Dan

Estudante da consciência, Escritora e Professora de Yoga

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