” Do salgado com o doce extraímos o gosto do agridoce …Um conto de Amor e Conflito. “
Será que podemos confundir amor com bem-estar? Será que amamos quando gostamos? É nobre sofrer por amor? O amor dói? Provoca discussões e guerras?
Talvez seja a falta de amor que promova as confusões, e tudo começa dentro de si e da sua casa. Se soubéssemos amar de verdade, contribuiríamos com mais ênfase para a singularidade do outro.
Bem, essa é a história da família Firinfinfim e da águia de asa quebrada…
Reza a lenda que dona Losna era uma mãe muito severa. Dizem que ela fazia de tudo para que o ambiente de sua casa se tornasse inóspito para seus filhos. Muito severa, limitada e cheia de dores por conta de suas asas, ela queria que eles saíssem de casa para terem a chance de alçar grandes voos. Entretanto, sua limitação não permitia que ela ensinasse com mais amor.
A lenda também nos conta que ela sempre foi mal interpretada e acusada por muitos de não ser uma mãe harmoniosa. Entretanto, eu nunca vi amor maior.
A família Firinfinfim era composta pelo senhor Pallo Santo, dona Losna e seus quatro filhos: Baunilha, Funcho, Erva Espirradeira e Cravo.
A casa deles era a terceira do povoado mais político de todo o reino das fadas, situada em frente ao centro filosófico da vila.
O senhor Pallo Santo é conhecido como um homem bom e pacífico, e sua esposa, por ser tanto bondosa quanto rigorosa. Seus filhos são ecléticos e muito diferentes uns dos outros.
Baunilha é a filha mais velha. É cheirosa e doce, servil e boa, mas se torna enjoativa quando abusamos de sua presença. Sempre se manteve por perto e nunca se ausentou; até hoje vive próxima dos pais.
Funcho é o primeiro varão e o segundo filho do casal. Ele vive numa constelação próxima à vila das fadas e visita frequentemente o senhor Pallo e dona Losna. É um bom chá; dizem que é um potente remédio para empachamentos, e adoçado com dona Estévia, fica uma delícia. Alguns afirmam que ele é calmante, mas até onde eu soube, não é bem por aí. Todo o reino sabe que o Funcho é calado e tem o estômago fraco de nervoso, coitado!
A Erva Espirradeira tem muitos poderes curativos, mas voa mais do que dente-de-leão solto ao vento. Ela saiu cedo de casa e vive atrás de respostas para as muitas perguntas de sua mente. É uma boa menina, não se entrega facilmente e tem uma boa aura.
Já o filho mais novo deste casal, o Cravo, é difícil de lidar; ardido como ele só, nunca conseguiu se desvencilhar da proteção dos pais. Sempre às voltas com problemas, ele é conhecido tanto por sua intensidade quanto por suas complicações. É bastante popular e servil, mas quando o Cravo encrava, meus amigos, é um Deus nos acuda! (risos). Ele arde mais do que pimenta e é mais quente do que canela. Tem seus poderes inoculados dentro de si, mas tem optado por causar dores e sofrimentos. É fofoqueiro, intriguista e mentiroso, sempre encrencado. É difícil saber quando ele está realmente fazendo o bem. Muitas vezes, ele deixa transparecer sua falta de amor próprio.
O Cravo é o único filho que ainda depende dos pais e também é o único que os desonra; ele vive a falar pela vila que os sustenta. Os outros se afastaram do ninho, estruturaram suas vidas e sempre visitam os pais, exceto a Espirradeira, que vive voando entre as 89 constelações e dificilmente está presente em algum lugar. Dizem que ela nunca quis ficar plantada em nenhum lugar do planeta.
O interessante e intrigante é que todos eles foram criados juntos, alimentaram-se da mesma fonte, frequentaram as mesmas escolas e a mesma igreja. Mas são tão diferentes! Os três filhos mais velhos estudaram, trabalharam, constituíram família e tomaram as rédeas de suas vidas. Pois é! O que será que o Cravo fez para não conseguir avançar, sendo ele um ser tão inteligente? Eis a questão. 😉
Bem, todas as ervas fofoqueiras da vila comentam que ele é problemático porque foi muito mimado. Isso é fato! Mas será que ser mimado pode ser assim tão prejudicial ao desenvolvimento? Existem muitas teorias sobre o assunto de “amar demasiadamente”. Só que o amor não pode ser prejudicial; portanto, o erro está na confusão do que é amar. Mas, me conta aqui?! Quais são as ervas que você tem cultivado na sua vida?
Bem, eu sou a fadinha sem nome e esta é a história da família Firinfinfim, onde cada erva tem sua essência e suas questões, e onde o amor, ou a falta dele, tem moldado os caminhos de cada um.
Pode ser! Por ora, deixemos o Sol brilhar com prudência e proteção, afinal estamos no verão. Vou voar para o centro filosófico da vila… Te vejo lá! 😉
Gratidão,
Dan Dronacharya.
Quando eu não puder falar, escreverei…